sábado, outubro 07, 2006

Para o poeta Ricardo

Das feridas escarnadas da minha boca suja,
busco o brilho rútilo do meu sangue vermelho.
Prego a mentira como um ditador paraguaio,
Sou mais um cara bom que so da mal conselho.
Mais um monge e sua igreja,
sem cor do pecado, sem prazer no dourado.
De fé ela é feita .
Não quero dicípulos ao meu lado.
Não me confundam com seita
Meus intestinos se contorcem e mais merda é feita.
São minhas palavras entredentes, contra o tridente do capeta.
Meu pau inchado, pingando
líquido grosso e virulento, meu pensasmento
não fico calado, fico sangrando

Vem até mim, filho bastardo, de verdades doloridas, e furúnculos no peito
Te cheiro, te reconheço,
nas minhas velhas feridas,
dos meus bofes de fora,
das febres frias, insones no leito.

Meio mórbido, meio cançado.
Numa cruzada perdida no berço
Essa luta desarmada pelo direito
de amar ao próximo como a mim mesmo.
Se verte de mim é meu esperma , minha merda, meu sangue.
Não darei tiros à esmo.
Tenho muito o que viver,
pois a vida ainda não me disse tudo.
Assim me sinto vivo.