quarta-feira, setembro 06, 2006

A história de Amor da Índia e do Portuguesinho

Foi pura magia onde essa busca nos levou.
Através dos continentes, o tempo rolou, rolou e rolou.
Mesmo assim, nós aqui outra vez, nos achando.
A Índia e o português, namorando.

Pela cortina da floresta carioca
por mil perigos e mil belezas.
Bem lá no fundo, bem guardados
A magnífica tribo dos índios sagrados.
E suas maravilhosas certezas.

Eu, aquele português obtuso.
Vindo de uma Europa, encardida e viciada.
Com valores confusos,
atras das fortunas de uma terra dourada.
Surpreendido por uma flecha no coração.
Sucumbi, me deslumbrei.
A vida num supetão
feneci, me apaixonei.
Pela sapiência da matriarca de doces olhos de fogo.
Pelo pajé, de idade indecifrável e suas palavras mágicas,.
O amor curioso dos pequenos curumins,
suas risadas e piadas fantásticas.
Pela Iracema jovem que busca a lua e as estrelas no reflexo da água.
E pela mãe dela, a mais bela.
De todas as índias, a minha Índia,
a própria Terra e sua alma.

Filha de Ossanha, a rainha da mata.
Fisgou essa piranha que vos fala.
No anzol, o canto colorido do passarinho.
A gargalhada da cachoeira gelada.
O beijo da manga escorrendo pelo queixo.
Um beicinho.
O amor de veludo da inocência apavorada.
Ja não sei mais quem sou
Bem que vinícius avisou, pra tomar cuidado.
Não sou aquele europeu. Ele morreu.
No coração essa flecha cravada.
Agora sou índio caçador.
Oxossi é meu protetor, dentro da mata do Encantado.
Não volto mais pra Europa.
Não quero mais viver no vazio
de janeiro a dezembro.
Me busco nas selvas do Rio.
Minha índia me ama e me mostra o caminho seguro.
me eleva ao estágio mais puro.
sublime, decantado.
Ilumina minha noite de pedra.
Minha troca de pele,
Alivia essa dor tão pesada.
Faço parte desta tribo agora,
sou índio sagrado também.
Vejo a fortuna mais viva do mundo.
o brilho dourado dos que ouro não tem.
Minha riqueza agora é minha Índia
forte dos quadris largos
minha rainha da selva inteira.
e sua família maravilhosa.
A forte Jupira com sua palavra certeira,
Iracema, jovem Iracema manhosa.
Os curumins Ti e Davi, tão lindos, tão sinceros.
E meu pajé, o senhor da verdade.
Agora sou índio também.
O mar toma, mas o mar dá.
Salve Iemanjá!
Salve Ossanha dos meus sonhos.
O mar me deu um amor.
Um grande amor.
Oxossi meu protetor.
Na maré da vida, um grito imenso surgiu do mar,
direto no meu coração, como bala perdida.
Esse grande sol rubro no meu horizonte.
Redondo e feroz como o amor deve ser
Agora sim é um Belo Horizonte.
Agora sim...
Bom mesmo é amar e ser amado em retorno.